Os docentes, estudantes e funcionários apresentaram propostas para a implementação do modelo PEER-IES (Peer-Education Engagement & Evaluation Research- Instituições de Ensino Superior Salutogénicas) na Universidade de Cabo Verde, no âmbito do projeto de transformação deste estabelecimento numa universidade promotora da saúde.
Os projetos em causa tinham como objetivo mapear os desafios e os problemas da Uni-CV, enumerar as consequências negativas e os resultados que serão alcançados com a sua implementação.
A responsável do Recursos Humanos pela pasta de Formação, Treinamento e Desenvolvimento do pessoal, Ana Medonça apresentou o projeto "Komunica", que tem como missão melhorar a comunicação interna, que segundo a mesma aponta como uma das "deficiências" da Uni-CV. O projeto passará por reativar a rádio e televisão da universidade, criar espaços personalizados de comunicação e trazer maior articulação e melhoria nos serviços prestados.
Já o projeto "Keli e Sexualidade Saudável" planeia distribuir kits que contém pensos, preservativos e papel higiénico, para os estudantes com pouca condição financeira. Com a implementação espera-se diminuir as taxas de abandono escolar e de gravidez indesejada, a capacitação de estudantes e aumento da produtividade.
Foram apresentados projetos sobre alimentação, bem estar psicológico, espaços e estruturas, e, sextinha da saúde, seguido por um debate e apreciação dos projetos.
A diretora do Centro de Investigação em Género e Família (CIGEF), Clementina Furtado abriu o evento com uma palavra de boas vindas e votos de um excelente dia de trabalho.
Em representação ao Reitor da Uni-CV, o presidente da Faculdade de Ciências Sociais, Humanas e Arte, Daniel Medina endereçou votos de um profícuo trabalho e enalteceu as sinergias criadas para a realização da conferência.
“A incorporação da Promoção da Saúde no quotidiano profissional faz emergir possibilidades e espaços de mudança, voltadas para a melhoria da qualidade de vida e, para a implementação de políticas públicas mais saudáveis e efetivas, afirmou Daniel Medina, acrescentando que promover saúde dentro da academia traduz-se na valorização da imagem pública da universidade, a sua relevância na promoção da saúde a nível local, melhoria dos projetos institucionais e pedagógicos e o incremento das condições de trabalho de todos os envolvidos.
Irma Brito, professora da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra destacou que o modelo PEER-IES procura trabalhar com os problemas e criar mais resiliência e qualidade de vida nas instituições de ensino superior.
A conferência é a última parte do Workshop em Pesquisa-Ação Participativa realizado no dia 30 de novembro como forma de capacitar o grupo semente (formado por estudantes, funcionários e docentes). O evento foi organizado pelo CIGEF, Gabinete de Orientação Psicopedagogia de Estudante (GOPE) e Gabinete de Saúde, tendo sido financiado pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA).