A Universidade de Cabo Verde (Uni-CV) participou, nos dias 6 e 7 de fevereiro, no encontro inicial do Projeto Microcli-Mac, financiado pelo Programa INTERREG MAC 2021-2027 (1/MAC/2/2.4/0044). A reunião decorreu nas Ilhas Canárias e contou com a presença de parceiros regionais e internacionais de diversas áreas de atuação. A Uni-CV esteve representada pelo docente e investigador Mateus Andrade, que contribuiu para as discussões sobre estratégias para reforçar a resiliência climática nos países e regiões do espaço de cooperação.
O principal objetivo do Projeto Microcli-Mac é aumentar a capacidade de gestão diante de fenómenos climáticos extremos, melhorando a resiliência das populações locais e garantindo a manutenção da atratividade turística e do bem-estar dos cidadãos. O foco incide sobre regiões de alta variabilidade meteorológica, entre as quais as Canárias, Madeira, Açores, Cabo Verde, Senegal, Gana e São Tomé e Príncipe. Estas zonas, fortemente influenciadas pelo clima do Saara, enfrentam desafios como ondas de calor, nevoeiros e poeiras em suspensão, o que eleva o risco de doenças e agrava a vulnerabilidade de comunidades e visitantes.
O consórcio responsável pelo Projeto Microcli-Mac integra universidades e institutos de investigação, como a Universidad de Las Palmas de Gran Canaria (ULPGC), o Instituto Tecnologico de Canarias (ITC), a Universidad de La Laguna (ULL), a Universidade dos Açores (UAc), a Fundação Gaspar Frutuoso, a Agência Regional da Energia e Ambiente da Região Autónoma da Madeira (AREAM), a Universidade da Madeira (UMA) e o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). A estes somam-se parceiros de países terceiros como Gana, Senegal e Cabo Verde, através da Uni-CV, Comité Olímpico Caboverdiano (COC) e Instituto Nacional de Gestão do Território (INGT), entre outros. A presença de vários parceiros associados, incluindo a Agencia Estatal de Meteorología (AEMET) e o Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INMG), reforça o potencial de cooperação técnica e científica.
O Projeto Microcli-Mac teve o início em outubro de 2024 e prolonga-se até março de 2028. Ao longo deste período, as equipas multidisciplinares irão desenvolver soluções tecnológicas e metodologias de gestão que permitam uma utilização mais precisa dos dados meteorológicos em microescala. Esta abordagem possibilitará a deteção precoce de ondas de calor e poeiras em suspensão, bem como a implementação de protocolos de saúde, sistemas de alerta e ações formativas dirigidas tanto aos residentes como aos turistas.